Bom dia Leitores,
Hoje vamos conversar um pouco sobre como a Medicina Oriental pode ajudar na cura de micoses.
A micose é uma doença causada por fungos que podem acometer a pele, unhas, couro cabeludo, virilha e região genital, levando ao aparecimento de vários sintomas como: coceira, vermelhidão, manchas escuras ou claras na pele, lesões com escamação, deformidades da unha e quando acomete a região genital, poderá haver descargas vaginais nas mulheres e prurido nos homens.
Os fungos são de fácil proliferação em ambientes quentes e úmidos, por isso a ocorrência de micose é maior no verão. Pessoas que suam muito nos pés e permanecem longos períodos usando sapatos fechados ou que permaneçam com roupas úmidas (como roupas de banho) por muito tempo, que usam roupas muito apertadas ou que compartilham de lugares úmidos como piscinas e boxes de banheiro estão mais suscetíveis à esse problema.
A Medicina Ocidental trata a micose com antifúngicos que muitas vezes não chegam dar ao tratamento 100% de eficácia.
A Medicina Chinesa vê a micose como uma Síndrome de Calor e Umidade Externos, ou seja, não há acometimento de órgãos internos ou prejuízo no funcionamento dos mesmos.
Assim, devemos combater a Micose utilizando técnicas que removam esses fatores patogênicos. Para tal, é utilizada a moxa, que irá remover a umidade e transmutar o calor. Ou seja, elevar o calor ao seu máximo grau, cicatrizando as feridas úmidas, melhorando a nutrição e oxigenação do tecido promovendo reconstituição do tecido afetado.
Existem 3 técnicas de moxa que podem ser utilizadas nas micoses:
1. Mogussa: é um pequeno incenso feito de artemísia compactada que gera um calor mais brando que o charuto/ bastão de moxa convencional. Para tratar a micose, o terapeuta deve aproximar o incenso aceso há mais ou menos 0.5cm de distância da lesão, esperar que o paciente diga que “está quente” e a partir desse momento o terapeuta deverá afastar e aproximar o incenso de 5 à 7 vezes do local que se deseja curar. Caso o paciente refira, entre as repetições, que o calor está forte, deve-se interromper o processo e ir para outro local ou encerrar a sequência de mogussa. O mesmo processo pode ser feito em varredura ao invés de ponto à ponto de lesão. A escolha depende da extensão de pele/unha acometidos. A mogussa é uma boa opção para locais mais sensíveis como a região genital. O procedimento pode ser realizado até 2x por semana com intervalos de 48 horas entre uma sessão e outra.
2. Bastão de Moxa: O bastão de moxa é feito da mesma maneira que a mogussa, porém o calor emitido por ele é consideravelmente maior e o terapeuta deverá redobrar os cuidados para que não haja queimaduras na pele. Quanto melhor a qualidade da erva utilizada em sua composição, melhor será o resultado. Diferente da mogussa, o bastão de moxa é feito da lã da artemísia, que possui diferentes qualidades. A lã verde, mais comum, é menos pura, enquanto a lã dourada, mais cara, tem uma pureza maior, com capacidade de aquecimento, analgésica e antiinflamatória maior que a primeira. O bastão é indicado para locais menos sensíveis como pele dos membros/costas ou ainda nas unhas. Pode ser feita até 2x na semana com intervalos de 48 horas entre as sessões e dada sua característica de formar muita fumaça, o terapeuta deverá realizar o procedimento em local ventilado ou possuir um exaustor para tornar o ambiente mais salutar.
3. Moxa Direta: nessa técnica o terapeuta compra apenas a lã da moxa e com pequenos pedaços dela fará pequenos cones, que serão fixados na pele acometida com uma gotícula de água. Após fixado o cone na pele/unha do paciente, o terapeuta deverá acendê-lo usando um incenso (nunca utilizar o isqueiro de forma direta no cone, pois poderá queimar o paciente) e após aceso, o cone deverá ser retirado do local quando estiver em torno de 80% de sua queima. Os cones devem possuir tamanho máximo de 3mm de altura. A moxa direta produz menos fumaça que a moxa bastão, por isso é mais adequada para terapeutas que possuem um local com ventilação restrita.
A remoção pode ser feita com pinça ou diretamente com as mãos. O terapeuta deverá ter ao seu lado um copo com água para que o cone retirado, ainda aceso, possa ser descartado sem risco de queimaduras ou até mesmo de incêndio no local de atendimento.
No caso da moxa direta são utilizados sobre o local da lesão de 3 à 5 cones e o procedimento deve ser feito uma vez por semana. É a melhor técnica para recuperar unhas que estão com deformidade por conta da micose e tais lesões são recuperadas com cerca de 1 à 3 meses de tratamento.
** É importante avisar ao paciente que as unhas ficam amareladas durante o processo de tratamento e que sua cor volta ao normal conforme seu crescimento.
O tratamento com moxa deve ser realizado apenas por profissional habilitado, em especial aqueles feitos com moxa direta, pois existe o risco real de se queimar o paciente e deixar cicatrizes permanentes na pele.
De uma forma geral, não há contraindicações absolutas na técnica de moxa para a micose e os resultados são sempre satisfatórios.
Possui um paciente com micose? Então teste o tratamento e depois me contem como foi!
Espero ter sido útil!
Um grande abraço à todos!
Profa. Fernanda Mara