É com muito prazer que escrevo este novo post. De uns tempos para cá, venho notando a dificuldade dos apaixonados por Medicina Tradicional Chinesa em estudar e concluir fichas de avaliação e diagnóstico.
Sendo assim, este post tem como objetivo principal, auxiliar alunos e profissionais menos experientes a montar seus diagnósticos de uma forma um pouco mais simples, uma vez que um bom tratamento depende de uma boa avaliação.
Primeiramente é necessário saber que existem inúmeras formas diferentes de se fazer o diagnóstico da Medicina Tradicional Chinesa, como o diagnóstico dos 5 Elementos, diagnóstico de acordo com as Síndromes, diagnóstico através de Ryodoraku entre outros.
A forma mais fácil de se chegar a um Diagnóstico correto é através da Avaliação de Base dos 5 Elementos, na qual devemos proceder da seguinte maneira:
1- Ouvir e anotar a queixa principal do paciente.
2- Ouvir e anotar as queixas secundárias do paciente.
3- Fazer perguntas básicas a respeito de: Sono (dorme bem, sono agitado, insônia, excesso de sonhos, acorda cansado ou descansado), Alimentação (regular, come em períodos pré determinados, come todos os grupos, consome excesso de leite ou laticínios, come com pressa), Excreções (características da urina e das fezes), Menstruação (regular ou irregular, intensidade do fluxo, cor do sangue) , Atividade Física (pratica em excesso, sedentarismo), Humor (agitado, ansioso, cansado, irritado, estressado).
4- Avaliar a Língua e o Pulso.
Depois de colhidas todas as informações, devemos separar as queixas principais e secundárias e encaixá-las em cada elemento, fazendo uma pontuação. Devemos fazer o mesmo com as perguntas básicas sobre sono, alimentação, etc. Por exemplo: paciente refere falta de memória –> sintoma relacionado à Deficiência de BP –> ponto para o BP. Paciente possui sintoma de excesso de sonhos –> sintoma de Fígado –> ponto para o F.
Ao final da avaliação, teremos um órgão que certamente terá “pontuado”mais. A este órgão denominamos Órgão Choque, ou seja, é o órgão que possivelmente está deixando os demais em desequilíbrio.
Encontrado o órgão choque, devemos partir para a Tabela Clássica dos 4 Pontos (se o terapeuta optou por tratar através dos 5 Elementos), escolhendo a opção de pontos para Excesso ou Deficiência.
Porém, se o terapeuta preferir, poderá fazer um tratamento específico de acordo com Síndrome relacionada ao órgão acometido, por exemplo: Descobre-se que o órgão choque é o Baço. A partir deste momento, procura-se na literatura, em qual síndrome o quadro do paciente se encaixa melhor: Deficiência do Qi do Baço, Deficiência do Xue do Baço, Afundamento do Qi do Baço, Umidade no Baço, etc… E assim, trata-se com os pontos de acordo com suas ações energéticas. Exemplo: Se chegamos à conclusão de que o paciente possui Deficiência do Qi do Baço, vamos procurar pontos que tonifiquem o Qi do Baço, e pontos que auxiliem na cura dos sintomas. Se o paciente sofrer de cansaço constante, pode-se acrescentar o ponto VG20 e assim por diante.
Em resumo, para se tratar Síndromes, primeiramente encontramos qual a Síndrome, quais pontos possuem ação energética para tratar esta síndrome e posteriormente usamos pontos para tratar sintomas específicos.
De uma forma geral, para entender como é feito o diagnóstico, é necessário que o terapeuta saiba, com profundidade, uma boa parte de sintomas e quais os órgãos acometidos em cada sintoma. Para, assim, executar com perfeição a “pontuação”sugerida no início da avaliação. Se errarmos a pontuação, erraremos o órgão choque e todo o tratamento ficará equivocado.
Para facilitar ainda mais a vida do leitor, me proponho a escrever mais posts sobre esse assunto, e sugiro trabalharmos casos clínicos para treino de avaliação. Mas até o momento, espero ter conseguido melhorar a compreensão dos que chegaram até o final desta leitura.
Dúvidas?